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O Segredo por Trás da Estratégia do Santander: Como a Terceirização Está Redefinindo o Futuro dos Bancários no Brasil
A Fórmula do Santander: Crescimento de Empregos ou Precarização Encoberta?
Nos últimos anos, o Grupo Santander tem chamado atenção por uma aparente contramão no mercado bancário brasileiro. Enquanto o setor encolheu, o banco espanhol expandiu seu quadro funcional em quase 20%. Mas será que esses números refletem um compromisso com a criação de empregos de qualidade? Ou estamos diante de uma estratégia cuidadosamente planejada para precarizar o trabalho?
A Matemática por Trás das Contratações
Entre 2019 e 2023, o Brasil perdeu 27 mil postos de trabalho na categoria bancária, uma queda de 6%. No mesmo período, o Santander aumentou seu quadro de funcionários de 47,8 mil para 55,6 mil. À primeira vista, parece um movimento positivo. No entanto, ao analisarmos os dados mais profundamente, surge uma realidade preocupante.
Por Que os Números Não Se Encaixam?
Mesmo com o fechamento de 10% das agências (272 unidades a menos) e a redução real de 6% nas despesas de pessoal, o número de empregados cresceu. A chave está em como essas despesas foram redistribuídas. Enquanto as despesas de pessoal no banco Santander caíram 22%, nas empresas controladas e coligadas elas aumentaram 126%.
As Empresas-Fantasma: Quem São Elas?
Uma das estratégias mais controversas do Santander é a terceirização interna. Empresas como a F1rst e a **Tools**, pertencentes à holding Santander, estão contratando trabalhadores para realizar atividades que antes eram exclusivas dos bancários.
F1rst: O Caso do Software Sob Encomenda
A F1rst, registrada como desenvolvedora de software sob encomenda, emprega profissionais que realizam tarefas diretamente ligadas às operações bancárias. No entanto, esses trabalhadores não têm os mesmos direitos garantidos pela convenção coletiva da categoria bancária.
Tools: O Apoio Administrativo que Não É Tão Simples
Já a Tools, classificada como prestadora de apoio administrativo, atua em áreas críticas como processamento de dados e suporte técnico. Novamente, seus funcionários não são considerados bancários e, portanto, ficam à margem dos benefícios conquistados pela categoria.
Os Números Não Mentem: A Divisão Desigual
Hoje, estima-se que 54% dos empregados do grupo estejam no banco Santander e **46% nas empresas controladas e coligadas**. No entanto, há uma discrepância gritante quando observamos as despesas de pessoal:
– 73% das despesas de pessoal ainda estão concentradas nos bancários.
– Apenas 26% são destinados aos trabalhadores das empresas terceirizadas.
Essa divisão evidencia o objetivo claro: reduzir custos através da precarização do trabalho.
O Impacto Humano: O Que Significa Essa Estratégia Para os Trabalhadores?
Direitos Perdidos, Sonhos Adiados
Para os trabalhadores terceirizados, a realidade é dura. Eles enfrentam jornadas exaustivas, salários inferiores e a ausência de benefícios como plano de saúde, previdência privada e participação nos lucros. Além disso, a instabilidade contratual gera um ambiente de incerteza constante.
O Efeito Dominó na Categoria Bancária
A terceirização não afeta apenas os novos contratados. A longo prazo, ela enfraquece a categoria bancária como um todo. Com menos trabalhadores cobertos pela convenção coletiva, fica mais difícil negociar melhores condições para todos.
O Papel do Sindicato dos Bancários: Uma Luta Contra o Relógio
Diante dessa situação, o Sindicato dos Bancários tem desempenhado um papel crucial. A entidade vem denunciando publicamente as práticas do Santander e buscando alternativas legais para proteger os direitos da categoria.
Ações Judiciais e Mobilizações
Desde 2019, diversas ações judiciais foram impetradas contra o banco, questionando a legalidade da terceirização interna. Paralelamente, campanhas de conscientização e mobilizações têm sido organizadas para pressionar o Santander a rever sua estratégia.
Um Caso de Estudo: O Que Pode Acontecer se Nada For Feito?
Se o modelo adotado pelo Santander se consolidar, outras instituições financeiras podem seguir o mesmo caminho. Isso criaria um precedente perigoso, onde os direitos trabalhistas seriam gradativamente diluídos em nome da redução de custos.
O Futuro do Mercado Bancário
Imagine um cenário onde a maioria dos trabalhadores do setor esteja fora da convenção coletiva. As consequências seriam devastadoras, tanto para os profissionais quanto para a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes.
A Questão Ética: Onde Está o Limite?
É impossível discutir essa estratégia sem abordar questões éticas. O Santander, como uma das maiores instituições financeiras do mundo, tem uma responsabilidade social. Ao priorizar o lucro sobre o bem-estar de seus trabalhadores, o banco está comprometendo sua reputação e legitimidade.
Qual o Preço da Precarização?
Ao optar por esse modelo, o Santander está enviando uma mensagem clara: o valor humano não importa tanto quanto o balanço financeiro. Mas será que essa abordagem é sustentável no longo prazo?
A Tecnologia Como Aliada ou Vilã?
Não podemos ignorar o impacto da tecnologia nessa equação. A automação e a digitalização têm transformado o setor bancário, reduzindo a necessidade de mão de obra humana em várias áreas. No entanto, isso não justifica a substituição de bancários por trabalhadores precarizados.
Inovação x Direitos Trabalhistas
Existe espaço para inovar sem sacrificar os direitos dos trabalhadores. O desafio está em encontrar um equilíbrio que beneficie tanto as empresas quanto os profissionais.
O Que o Futuro Reserva Para os Bancários?
Cenários Possíveis
– Cenário 1: O Santander reverte sua estratégia e reintegra os trabalhadores terceirizados ao quadro de funcionários.
– Cenário 2: Outras instituições seguem o exemplo do Santander, intensificando a precarização no setor.
– Cenário 3: O movimento sindical consegue barrar essa prática por meio de decisões judiciais e pressão pública.
Qual Caminho Escolheremos?
A resposta depende de todos nós: trabalhadores, sindicatos, reguladores e sociedade civil.
Conclusão: A Hora de Agir é Agora
A estratégia do Santander é um alerta para toda a sociedade. Se permitirmos que a precarização avance, estaremos comprometendo não apenas o futuro dos bancários, mas também a qualidade dos serviços que recebemos. É hora de unir forças e exigir mudanças reais. O tempo não está ao nosso lado.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Por que o Santander está terceirizando suas atividades?
O banco busca reduzir custos operacionais, transferindo parte de sua força de trabalho para empresas coligadas com direitos inferiores.
2. Quantos trabalhadores foram afetados por essa prática?
Estima-se que 46% dos empregados do grupo Santander estejam fora do quadro funcional do banco, totalizando cerca de 25 mil pessoas.
3. Qual é o impacto da terceirização para os clientes?
A longo prazo, a precarização pode resultar em serviços de menor qualidade e maior rotatividade de profissionais.
4. O que o Sindicato dos Bancários está fazendo para combater essa prática?
A entidade tem realizado ações judiciais, campanhas de conscientização e mobilizações para pressionar o banco a rever sua estratégia.
5. O que pode ser feito para evitar que outras instituições sigam o exemplo do Santander?
É fundamental fortalecer a legislação trabalhista, promover fiscalização rigorosa e engajar a sociedade na defesa dos direitos dos trabalhadores.
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