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Mirandês em Destaque: Como um Concurso Espanhol Está Revolucionando a Preservação das Memórias Rurais
Imagine uma língua que guarda séculos de histórias, tradições e vivências, mas que por muito tempo foi esquecida nas margens da história. Agora, imagine esse idioma ganhando vida novamente, não apenas como símbolo cultural, mas como protagonista de um movimento que valoriza o legado educacional do mundo rural. É exatamente isso que está acontecendo com o mirandês, uma língua falada no Planalto Mirandês, em Portugal, que acaba de ser destacada em um prestigiado concurso espanhol. Mas o que torna essa iniciativa tão especial? Vamos explorar.
Por Que o Mirandês Está Conquistando os Holofotes Internacionais?
Uma Língua Centenária em Foco
O mirandês, falado por cerca de 15 mil pessoas na região de Miranda do Douro, é uma relíquia viva da Península Ibérica. Com raízes que remontam ao latim vulgar, ele carrega consigo as marcas de uma cultura agrária profundamente enraizada no território fronteiriço entre Portugal e Espanha. No entanto, sua presença em concursos internacionais como o “Prêmio Memória Escolar Rural” marca um novo capítulo para esta língua ancestral.
A inclusão do mirandês no concurso organizado pelo município de Fonfria, na Espanha, representa mais do que um reconhecimento linguístico; é uma celebração da diversidade cultural e educativa que moldou gerações em áreas rurais.
O Que é o Prêmio Memória Escolar Rural?
Promovido pela prefeitura de Fonfria, este concurso busca resgatar e preservar as memórias escolares do mundo rural. Desde 2023, ele tem reunido testemunhos de antigos alunos e professores que frequentaram ou lecionaram em escolas situadas nos meios rurais de Portugal e Espanha. Em 2025, pela primeira vez, o mirandês foi incluído como uma das línguas aceitas para participação.
Segundo Suzana Ruano, representante da Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ACLM), “este prêmio não é apenas sobre recordações; é sobre reconhecer o papel fundamental que as escolas rurais desempenharam na formação de comunidades e identidades locais.”
Memórias Escolares: A Joia Perdida do Mundo Rural
Por Que Estas Histórias Importam?
As escolas rurais são verdadeiros relicários de saberes. Enquanto as cidades se modernizavam, as pequenas escolas dos campos continuavam a ensinar valores essenciais, muitas vezes à luz de lampiões e com recursos limitados. Esses espaços eram mais do que salas de aula; eram centros de convivência, onde crianças aprendiam não apenas matemática e gramática, mas também solidariedade, respeito à natureza e amor pelo local onde viviam.
Mas o que acontece quando estas escolas fecham suas portas? Onde vão parar as histórias dessas gerações que cresceram sob o som dos sinos das igrejas e das risadas nos pátios escolares?
A Jornada de Suzana Ruano
Suzana Ruano, que estudou em uma escola rural no interior de Portugal, compartilha uma visão única sobre o tema: “Eu mesma fui aluna de uma escola do campo e percebi que havia algo diferente no modo como os professores ensinavam. Era como se cada lição viesse acompanhada de uma história, uma música ou até mesmo uma receita tradicional.”
Essa experiência pessoal a levou a abraçar a causa da preservação das memórias escolares rurais, especialmente aquelas ligadas ao mirandês.
O Papel do Mirandês na Identidade Cultural
Mais do Que Palavras: Uma Forma de Ver o Mundo
O mirandês não é apenas uma língua; é uma maneira de entender o mundo. Sua estrutura reflete a conexão íntima entre o ser humano e a terra, com termos específicos para descrever fenômenos naturais, práticas agrícolas e até emoções que só quem vive nas montanhas pode compreender plenamente.
Ao incluir o mirandês no concurso, o município de Fonfria reforça a importância de preservar essas nuances culturais. “É como capturar um eco do passado e garantir que ele continue a reverberar no futuro”, explica Suzana Ruano.
Diversidade Linguística: Um Tesouro Ibero-Americano
Além do mirandês, o concurso também aceita textos em catalão, galego, basco, valenciano, castelhano e português. Esta pluralidade reflete a riqueza linguística da Península Ibérica, onde diferentes povos deixaram suas marcas ao longo dos séculos.
“Ao lado dessas outras línguas, o mirandês ganha ainda mais relevância”, afirma Suzana. “É uma oportunidade para mostrar ao mundo que, apesar de ser minoritário, ele possui uma força e uma beleza incomparáveis.”
Como Participar do Concurso?
Quem Pode Participar?
O concurso é aberto a qualquer pessoa que tenha vivido ou trabalhado em escolas rurais da região fronteiriça entre Portugal e Espanha. Seja você um ex-aluno nostálgico ou um professor aposentado, suas memórias podem ajudar a construir um mosaico de histórias que definem a identidade rural.
Como Escrever Seu Testemunho?
Os participantes devem redigir seus relatos em até cinco páginas, utilizando a língua de sua preferência (incluindo o mirandês). As melhores histórias serão publicadas em um livro digital e apresentadas durante um evento especial em Fonfria.
Impactos do Concurso Para o Futuro
Preservação Cultural ou Marketing Político?
Embora o concurso seja amplamente elogiado, alguns críticos questionam se ele realmente contribuirá para a preservação cultural ou se será apenas mais uma iniciativa de curto prazo. No entanto, Suzana Ruano argumenta que o impacto vai além da competição: “Este projeto cria redes de colaboração entre instituições acadêmicas, governamentais e comunitárias, garantindo que as memórias rurais sejam documentadas de maneira sistemática.”
Um Legado para as Novas Gerações
Ao dar voz a quem viveu a realidade das escolas rurais, o concurso não apenas homenageia o passado, mas também inspira o futuro. Jovens que nunca ouviram falar do mirandês podem descobrir, através dessas histórias, a riqueza de sua própria herança cultural.
Conclusão: Por Que Devemos Valorizar Nossa História Rural?
No final das contas, o “Prêmio Memória Escolar Rural” é mais do que um concurso; é uma chamada à ação. Ele nos lembra que, enquanto corremos atrás do progresso, não podemos esquecer nossas raízes. O mirandês, com sua melodia única e sua sabedoria ancestral, é um exemplo poderoso de como a língua pode ser um veículo para preservar a alma de uma comunidade.
Então, qual é a sua memória escolar? Talvez seja hora de escrevê-la.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Quem pode participar do Prêmio Memória Escolar Rural?
Qualquer pessoa que tenha estudado ou lecionado em escolas rurais da região fronteiriça entre Portugal e Espanha pode enviar seu testemunho.
2. Qual é a data limite para inscrições?
As inscrições para a edição de 2025 estarão abertas até 30 de setembro de 2025.
3. Posso escrever meu relato em mirandês?
Sim! O mirandês foi oficialmente incluído como uma das línguas aceitas para participação no concurso.
4. Onde posso encontrar mais informações sobre o concurso?
Visite o site oficial da prefeitura de Fonfria ou entre em contato com a ACLM para obter detalhes adicionais.
5. Meu relato precisa ser baseado em fatos reais?
Sim, o concurso valoriza histórias autênticas e verídicas que retratem a experiência escolar rural.
Para informações adicionais, acesse o site
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