As autoridades espanholas intensificam a luta contra o racismo nos estádios de futebol

Os incidentes raciais nos estádios de futebol estão a tornar-se demasiado comuns, e as autoridades espanholas estão a tomar medidas drásticas para combater este problema. Após uma série de incidentes, incluindo aquele que envolveu o jogador brasileiro Vinicius Junior, o Ministério do Interior da Espanha está a dar mais poder às forças de segurança para combater o racismo e a xenofobia.

Novo protocolo para lidar com o racismo

Segundo o jornal ‘El Pais’, o Ministério preparou uma nova instrução para alterar o papel do comando policial responsável pela coordenação da segurança nos estádios esportivos do país. O comando policial agora tem a autoridade para exortar o árbitro da partida a não iniciar, parar ou suspender uma partida, temporária ou definitivamente, quando um incidente racista for considerado ‘grave’.

Em casos de emergência de segurança pública ou de ‘risco grave’, os agentes de segurança também podem decidir, unilateralmente, pelo esvaziamento do estádio ou de parte dele. Antes desta mudança, a decisão de suspender uma partida de futebol era restrita ao árbitro, de acordo com as regras recomendadas pela Fifa em 2017.

O caso Vinicius Junior

O jogador brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid, foi alvo de insultos racistas em várias ocasiões. Durante uma partida contra o Valencia, em 21 de maio, ele foi alvo de insultos racistas que levaram à paralisação do jogo. Este incidente foi apenas um dos 14 casos semelhantes de racismo que Vinicius Junior enfrentou durante as partidas da La Liga.

Reações globais ao incidente

O incidente com Vinicius Junior provocou uma onda de indignação em todo o mundo. A partida do Real Madrid contra o Valencia, que foi retomada após a interrupção, resultou em uma multa para o Valencia e o fechamento parcial do estádio para os torcedores. Três jovens foram detidos por insultar o jogador brasileiro e estão sendo acusados de crime de ódio.

Implementação das novas regras

A nova instrução será enviada nos próximos dias à Polícia Nacional, à Guarda Civil e ao governo antes de entrar em vigor. As medidas devem ser tomadas de forma gradual. Se as paralisações temporárias não forem suficientes, o comando policial poderá propor a suspensão definitiva da partida ou a expulsão dos torcedores para que a partida continue.

De acordo com o ‘El Pais’, o grupo deverá analisar critérios como a gravidade dos fatos, os possíveis impactos de uma ordem de esvaziamento no público e no desenvolvimento do jogo.

A luta contínua contra o racismo

A luta contra o racismo no futebol é uma batalha contínua. Embora estas novas regras sejam um passo na direção certa, muito mais precisa ser feito para erradicar completamente o racismo dos estádios de futebol. É responsabilidade de todos, desde os jogadores e treinadores até os torcedores e a polícia, garantir que o futebol seja um desporto inclusivo e acolhedor para todos.

Para informações adicionais, acesse o site