Esporte
Desafios internos marcam a preparação de França, Espanha e Canadá para a Copa do Mundo de Futebol Feminino
França: Estratégias de renovação sob o comando de Hervé Renard
A equipe feminina de futebol da França passou por mudanças significativas antes da Copa do Mundo. A equipe, que ocupa a quinta posição no ranking da FIFA, entra na competição em meio a um processo de reestruturação sob o comando de Hervé Renard.
Conflitos internos e a chegada de Renard
Os desafios enfrentados pela equipe francesa se intensificaram quando a capitã e defensora Wendie Renard anunciou sua aposentadoria da seleção em fevereiro, discordando das filosofias de trabalho da ex-técnica Corinne Diacre. Esta decisão foi seguida por outras duas estrelas, Kadidiatou Diani e Marie-Antoinette Katoto. A situação levou à demissão de Diacre e à contratação de Hervé Renard, que deixou a seleção masculina da Arábia Saudita para assumir o novo compromisso.
Renard assumiu o comando da equipe em um momento delicado, mas conseguiu trazer de volta à seleção as jogadoras que haviam se demitido. Sob sua liderança, a equipe venceu três dos quatro amistosos que disputou antes da Copa do Mundo.
Promessas para o futuro
Além de trazer de volta as estrelas da equipe, Renard também aposta em novos talentos, como a meio-campista Fazer e a atacante Becho. Ambas tiveram boas temporadas em seus clubes e representam promessas para o futuro do futebol feminino francês. A França estreia na Copa do Mundo contra a Jamaica, em um jogo que será apenas o quinto sob o comando de Renard.
Espanha: Conflitos e renovação na seleção feminina
Em setembro de 2022, a Espanha enfrentou uma crise interna quando 15 jogadoras enviaram um e-mail à federação de futebol do país (RFEF) pedindo para não serem mais convocadas. As jogadoras alegavam que os eventos recentes na seleção estavam afetando significativamente seu estado emocional e, portanto, sua saúde.
A crise das ’15’
As queixas das jogadoras não se limitavam ao comando do treinador Jorge Vilda, e envolviam toda a estrutura e o apoio dado à seleção feminina. Após Vilda afirmar que continuaria no cargo até o final do contrato, em 2024, ‘as 15’ decidiram se afastar das atividades da seleção.
A crise também revelou uma divisão no vestiário entre jogadoras dos dois principais clubes do país, Barcelona e Real Madrid. Seis jogadoras do Barcelona formavam a maior parte ‘das 15’, com o apoio de outras jogadoras importantes. Em contraste, nenhuma jogadora do Real Madrid se juntou ao protesto.
Renovação e esperança
Após meses de negociações internas, algumas das 15 jogadoras retornaram à seleção para a Copa do Mundo. A Espanha venceu a Costa Rica por 3 a 0 em sua estreia na competição, com boas atuações de Aitana, González, Carmona e Battle.
Canadá: Campeãs olímpicas enfrentam problemas com a federação
A seleção feminina do Canadá, atual campeã olímpica e sétima colocada no ranking da FIFA, também enfrenta conflitos internos antes da Copa do Mundo. Em fevereiro deste ano, as jogadoras ameaçaram entrar em greve devido a cortes no orçamento do futebol feminino e à disparidade de tratamento em relação à seleção masculina.
Luta pela igualdade
Em uma carta, as jogadoras exigiam ‘mudanças imediatas’, afirmando que a federação deveria corresponder ao compromisso público de igualdade de gênero e também à obrigação de fazer o esporte avançar. As jogadoras foram representadas pela Associação Nacional de Jogadoras do Canadá (CSPA, em inglês).
Finalmente, em março, um acordo foi alcançado para liberar fundos para a equipe feminina, começando com valores retroativos em relação a 2022. A expectativa é que mais negociações sejam realizadas após a Copa do Mundo.
Desafios em campo
A veterana Christine Sinclair teve a chance de se tornar a primeira atleta a marcar em seis Copas do Mundo, mas desperdiçou uma penalidade na estreia contra a Nigéria, que terminou em 0 a 0.
Conclusão
França, Espanha e Canadá entraram na Copa do Mundo em meio a turbulências internas, mas com a esperança de superar os desafios e alcançar o sucesso na competição. A situação destas equipes destaca a necessidade de maior apoio e investimento no futebol feminino, bem como a importância de um ambiente saudável e respeitoso para o desenvolvimento das atletas.
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